A importância de um estacionamento para o cliente - Escrito por Juliana e Diogo Lopes



Nos tempos de hoje, sabemos da importância dos estacionamentos, afinal de contas é onde podemos deixar nossos carros e fazer o que precisamos sem nos preocupar, pois sabemos que esta em um luga muito mais seguro do que se estivesse estacionado na rua. A escritora Julia do blog Mundo a Fora, relatou um ocorrido de sua viagem ao não optar por estacionar o seu carro Manu, como ela o chama, em um estacionamento, confira sua história:

Estávamos em Munique, primeira cidade da Alemanha que visitávamos. Logo quando chegamos, conhecemos um brasileiro que morava lá há uns 20 anos e ele nos falou muito bem de Munique e da Alemanha. Contou-nos sobre a educação dos alemães, falou sobre como eles seguem fielmente as regras e como é um país desenvolvido e excelente de se morar. Ficamos ainda mais empolgados com a Alemanha!

Passamos 5 noites em Munique. Nos primeiros dias andamos por lá à pé ou de metrô (como sempre
super fácil, prático e barato!), mas o Diogo queria muito acelerar numa Autobahn e, no final do quarto dia, pegamos um carro que ele havia reservado: uma linda e imponente Mercedes E Class SW. Demos à super máquina o nome de Manoela, pois a ‘moça’ do GPS falava na língua português de Portugal.

No mesmo dia já saímos estrada a fora. Fomos visitar o Castelo de Neuschwanstein dizem que foi o castelo que inspirou o da Bela Adormecida e passamos por várias cidades lindas e charmosas da Alemanha. Tudo muito limpo, organizado, muito bem sinalizado e as estradas são um tapete. Dirigir na Alemanha é verdadeiramente um prazer! Acelerar numa Autobahn é uma verdadeira emoção! 

Autobahn

No final do primeiro dia, voltamos ao hotel e decidimos tomar um banho pra depois sairmos pra jantar. O hotel tinha estacionamento num prédio próximo ao custo de €10/noite, mas vimos a possibilidade de estacionarmos a Manu na rua mesmo, já que estávamos num país de primeiro mundo, civilizado, rígido em relação às normas, etc. Enfim, achamos que seria seguro deixá-la na rua; além disso, gastaríamos apenas €4/noite. Nessas horas você age por instinto e observação. Vimos que haviam espaços de vagas demarcados e observamos que os carros estavam parados dentro desses espaços. Opa! Era permitido parar na rua mesmo, só tínhamos que procurar um espaço desse vazio.

Achamos uma vaga na rua do hotel mesmo, mais ou menos há 100 m. Aí nos vimos de frente para um desafio: comprar o ticket para estacionar. É assim: quase tudo na Europa você compra em máquinas de auto-atendimento. A questão era comprar um ticket desses numa máquina cujo idioma era o alemão. Não falávamos nada em alemão, a não ser duas palavras super importantes: danke (obrigada) e weiss bier (cerveja de trigo). Então comprar o ticket era realmente desafiador!

Antes de fazermos a primeira tentativa, ficamos parados na frente da máquina, só apreciando (na verdade acho que um estava esperando o outro tentar). Aí chega um senhor para comprar o ticket e damos a preferência pra ele (Claro! Queríamos ver como ele iria fazer). Muito simples: era só escolher por quanto tempo o carro ficaria estacionado e inserir as moedas. Ainda perguntei ao senhor se ali onde a nossa máquina estava parada realmente era permitido
estacionar e ele afirmou que sim.

De frente pra máquina começamos a explorar até descobrir que poderíamos mudar o idioma para inglês. Determinamos o horário, inserimos as moedas e saiu o ticket. Simples assim! Da mesma forma que o senhor que estava na nossa frente fez, nós colocamos o ticket no painel da Manu de forma que ficasse visível para uma eventual fiscalização. Perfeito!
Tudo certo com a Manuela, fomos embora para comemorar o primeiro dia de Autobahn. No dia seguinte iríamos embora de Munique com destino à Rothenburg ob der Tauber, o que significaria mais Autobahn.

Acordamos cedinho, tomamos café e fizemos o check-out. Malas prontas, era só pegar o carro e partirmos. Como estava chuviscando, fiquei na recepção do hotel olhando as malas grandes e o Diogo foi buscar o carro levando uma mala pequena. Passados uns 5 minutos, vi o Diogo chegando de volta, molhado e com a mala na mão. Me assustei, claro! Mas pensei que ele não tivesse conseguido abrir o carro ou coisa do tipo.

-Amor, o que aconteceu? – perguntei eu, curiosa.

– O carro não está lá! – respondeu ele com cara de assustado.

– Não está lá?

-Não.

-Como assim: não está lá?

-Não está lá.

– Não está??? – pergunto eu sem acreditar.

-É! Não está!!! Não está!!! – responde ele de forma mais incisiva.

Pausa…

-Nossa! Roubaram ‘nosso’ carro? – perguntei.

-Não sei. Só sei que tem um guincho, uma máquina grande lá no lugar dele. Dei uma volta nas outras ruas pra ver se haviam tirado e colocado em outro lugar, mas ele não está por aqui.

Pausa novamente… (um olhando pra cara do outro sem saber o que fazer)

- Só falta o carro ter sido roubado. Nem acredito! E agora? – eu disse meio sem acreditar em tudo o que estava acontecendo.

-Vamos conversar com o pessoal do hotel.

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Acima: o causador de toda a confusão.

Eu estava assustada, sabe quando parece que a ficha não cai? Não conseguia aceitar que a Manu tinha sido roubada em uma cidade que imaginávamos que era tão segura. Isso era simplesmente estranho, inacreditável. Com a ajuda do pessoal do hotel, os quais foram muito educados e solícitos, conseguimos descobrir que a Manuela tinha sido guinchada pela polícia e que precisávamos buscá-la no depósito. O motivo o gerente não soube explicar. Ele disse que o local era longe, que precisávamos ir de táxi, e que ainda tínhamos que pagar €155, em espécie, só pra ter o carro liberado.

Meu Deus! €155!? Paramos o carro na rua pra economizar €6 e agora teríamos que pagar €155! O Diogo quase pirou por causa do valor, da burocracia que teríamos que enfrentar e pela viagem que seria adiada. Mas lá fomos nós afinal, tínhamos que recuperar a Manuela. O gerente do hotel chamou um táxi (o qual tinha que aceitar cartão de crédito porque não teríamos dinheiro ‘vivo’ pra pagar, pois o restinho que nos sobrava seria para pagar a polícia, o guincho, etc). 

Deixamos as malas no hotel e partimos! Demorou pra chegar lá, realmente era longe (pagamos €25). No caminho fui pensando em como eu falaria com a polícia. Meu Deus, que aperto! E se o homem decidisse prender a gente? E se tivessem estragado a Manu durante o guincho? E se ele pedisse nossa carteira de habilitação? (não tínhamos carteira de habilitação internacional. Mas calma! Sabíamos que na Alemanha era possível dirigir com a carteira nacional mesmo, mas vai que o policial decidisse implicar com a gente). Chegamos, nos identificamos, pagamos (em cash) e fomos embora perguntei, bem educadamente o que havia ocorrido. Ele apenas informou que não poderíamos ter parado lá e que no local deveria ter alguma placa informando isso.

No total foram gastos €180 tudo o que eu ficava pensando era: porque a gente não pagou €10 pra estacionar na da garagem do hotel? Queríamos economizar €6 e perdemos €180
Como comentei anteriormente, hoje achamos graça dessa história. É divertido lembrar disso,

é claro que tiramos algumas lições dessa experiência. Quando chegamos em Frankfurt, por exemplo, advinha aonde paramos a Manu? Na garagem do hotel, claro! Nem quis saber o preço. Pagamos sem reclamar! 

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